Autismo na Vida Adulta: Desafios de Diagnóstico e Treinamento na Grécia
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é reconhecido como um distúrbio do neurodesenvolvimento que se manifesta na infância e persiste ao longo da vida. Caracteriza-se por dificuldades ou variações no funcionamento pessoal, social, acadêmico e profissional. Apesar da crescente convergência nos sistemas de diagnóstico, a Grécia ainda utiliza o ICD-10, o que pode levar a inconsistências na terminologia entre os profissionais de saúde mental.
A prevalência do TEA tem aumentado globalmente, em parte devido à ampliação dos critérios diagnósticos e ao maior reconhecimento em grupos antes considerados raros, como mulheres e indivíduos com sintomas mais leves. Nos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 31 crianças seja diagnosticada com TEA. Em adultos, a prevalência é geralmente menor, e na Grécia, as estimativas baseadas em diagnósticos registrados indicam 1,15%, embora não existam dados epidemiológicos para adultos. O custo do cuidado ao longo da vida para um indivíduo com autismo pode ultrapassar 2 milhões de dólares, e a crise financeira na Grécia impactou significativamente as famílias de pessoas com TEA.
Uma lacuna crítica na assistência é observada durante a transição da adolescência para a vida adulta. Adultos com autismo frequentemente enfrentam o “problema da dupla empatia”, que se refere a dificuldades recíprocas na comunicação com indivíduos neurotípicos. Isso, somado ao estigma associado ao diagnóstico, pode levar a julgamentos errôneos sobre suas habilidades e necessidades. Entre adultos com TEA, a depressão é o transtorno psiquiátrico coexistente mais comum e incapacitante, frequentemente acompanhada de ansiedade, o que compromete o funcionamento, principalmente em momentos de transição. Para aqueles que não foram diagnosticados na infância, um diagnóstico de TEA pode trazer clareza e explicar a resistência a tratamentos psiquiátricos. O manejo do TEA e suas comorbidades requer um plano de tratamento individualizado, que integre intervenções psicossociais e, quando necessário, estratégias farmacológicas. A colaboração multidisciplinar entre profissionais e o envolvimento familiar são fundamentais. Uma das principais propostas para a melhoria do diagnóstico e tratamento do TEA em adultos na Grécia é a inclusão de um módulo específico sobre o tema no currículo de residência em psiquiatria, além de treinamento clínico especializado.
Origem: Link