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Desde a infância, as recompensas sociais, como sorrisos e elogios, moldam profundamente o comportamento humano. No entanto, a arquitetura neural responsável por processar as diferenças entre recompensas sociais e não sociais ainda é um campo pouco explorado. Um estudo recente buscou preencher essa lacuna, investigando como traços autísticos influenciam a forma como o cérebro responde a esses diferentes tipos de estímulos.

A pesquisa utilizou imagens de recompensas sociais (rostos sorrindo, interações positivas) e não sociais (objetos de desejo, paisagens agradáveis), cuidadosamente pareadas em termos de valência (quão positiva ou negativa é a imagem), excitação (o nível de energia que a imagem evoca) e outras propriedades básicas. Essas imagens foram apresentadas a um grupo de 37 adultos durante um exame de ressonância magnética funcional (fMRI), que permitiu aos cientistas observar a atividade cerebral dos participantes em tempo real. Os resultados revelaram que a preferência individual por imagens sociais estava associada a uma maior conectividade funcional entre regiões cerebrais chave, como o córtex orbitofrontal medial (mOFC) e o giro fusiforme esquerdo (LFG).

Curiosamente, o estudo também descobriu que traços autísticos modulam negativamente essa conectividade. Em outras palavras, indivíduos com traços autísticos mais pronunciados apresentaram menor conectividade funcional entre o córtex orbitofrontal medial e a ínsula anterior esquerda (LAI), bem como entre o giro fusiforme esquerdo e o córtex cingulado anterior (ACC). Essa redução na conectividade pode contribuir para a menor responsividade a recompensas sociais observada em pessoas com traços autísticos elevados, refletida em suas avaliações menos positivas de estímulos sociais. Esses achados fornecem evidências importantes sobre os mecanismos neurais subjacentes ao processamento de recompensas sociais e como esses processos podem ser diferentes em indivíduos com autismo. O estudo propõe um novo paradigma experimental para investigar o processamento de recompensas sociais, o que pode levar à identificação de biomarcadores transdiagnósticos para processos cognitivos sociais.

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