Relação entre Rigidez Cognitiva e Transtorno do Espectro Autista: Uma Nova Perspectiva
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) sempre foi caracterizado como uma condição unidimensional, onde traços autísticos são medidos ao longo de um espectro. No entanto, a vasta heterogeneidade observada no TEA tem desafiado essa visão simplista. A ausência de uma causa única e bem definida para o autismo ressalta a necessidade de identificar dimensões subjacentes que possam explicar a diversidade dentro do espectro.
Um estudo recente propõe que a dimensão rigidez-flexibilidade cognitiva pode ser uma peça fundamental para compreender o TEA. A rigidez cognitiva, ou seja, a dificuldade em adaptar o pensamento e o comportamento a novas situações, pode se manifestar de diversas formas em indivíduos com TEA, impactando áreas como percepção, atenção, aprendizado, cognição social e comunicação. Por exemplo, a dificuldade em mudar o foco da atenção pode levar a comportamentos repetitivos e interesses restritos, características comuns em pessoas com autismo.
Os pesquisadores sugerem que a avaliação da flexibilidade cognitiva, através de testes específicos em diferentes domínios cognitivos, pode refinar a compreensão do TEA. A identificação de padrões de rigidez e flexibilidade em cada indivíduo pode ajudar a distinguir subgrupos dentro do espectro autista, levando a um diagnóstico mais preciso e intervenções mais direcionadas. Embora o estudo se concentre na flexibilidade cognitiva, os autores destacam a importância de explorar outras dimensões de ordem superior para melhor caracterizar a complexidade do autismo e a gravidade dos sintomas em diferentes indivíduos. Essa abordagem multifacetada promete revolucionar a forma como entendemos e tratamos o TEA, pavimentando o caminho para intervenções mais eficazes e personalizadas.
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