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Distúrbios do sono são frequentemente observados em indivíduos com transtornos do neurodesenvolvimento (TND). A exposição à luz durante a noite é um fator comum nesse grupo, e pesquisas anteriores já demonstraram que essa exposição pode afetar negativamente o comportamento. Um novo estudo investigou os efeitos da luz noturna e do desalinhamento circadiano em um modelo de camundongo com TND, buscando entender melhor a relação entre esses fatores.

A pesquisa utilizou camundongos geneticamente modificados (Cntnap2 KO) para modelar TNDs, comparando-os com camundongos selvagens (WT). Os animais foram expostos a um ciclo ultradiano de luz (T7), alternando 3,5 horas de luz e 3,5 horas de escuridão. Surpreendentemente, ao contrário do que se esperava, os camundongos Cntnap2 KO sob o ciclo T7 não apresentaram o aumento no comportamento de higiene ou a redução na interação social observados em estudos anteriores com exposição à luz fraca noturna (DLaN). Isso sugere que o impacto da luz noturna pode ser mais complexo do que se pensava.

Os resultados revelaram que o ciclo T7 alongou o período circadiano e diminuiu a amplitude do ritmo biológico, sem, no entanto, abolir completamente a ritmicidade em ambos os genótipos de camundongos. Adicionalmente, tanto o ciclo T7 quanto a escuridão constante (DD) não induziram um aumento na expressão de cFos na amígdala basolateral, um achado oposto ao observado com a exposição à DLaN. Esses resultados indicam que os efeitos adversos da luz noturna em modelos de TND dependem mais da magnitude da disrupção circadiana do que da exposição à luz em si. Em outras palavras, a estabilidade circadiana pode ser um fator de proteção importante em TNDs, e os efeitos negativos da luz noturna podem ser mais pronunciados quando o ritmo circadiano já está comprometido. Este estudo abre novas avenidas para a compreensão e o tratamento dos distúrbios do sono em indivíduos com transtornos do neurodesenvolvimento, enfatizando a importância de manter um ritmo circadiano saudável.

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