Rizotomia Dorsal Seletiva: Avanços e Desafios no Tratamento da Paralisia Cerebral
A rizotomia dorsal seletiva (RDS) é um procedimento cirúrgico que tem como objetivo reduzir a espasticidade, um sintoma comum em crianças e jovens com paralisia cerebral. Um estudo recente investigou os resultados relatados após a RDS em pacientes ambulatoriais, utilizando a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) como base para análise. A pesquisa buscou identificar quais aspectos da vida desses pacientes são mais impactados pela cirurgia.
A metodologia empregada foi uma revisão abrangente de estudos publicados entre 1993 e 2024, totalizando 214 artigos que atendiam aos critérios de inclusão. Os resultados indicaram que a maioria das pesquisas se concentra em resultados relacionados à função e estrutura do corpo (93%), como a melhora no tônus muscular e na amplitude de movimento. Em seguida, foram analisados os resultados relacionados à atividade (58%), como a capacidade de andar e realizar tarefas diárias, e à participação (15%), que se refere ao envolvimento em atividades sociais e recreativas. A qualidade de vida foi avaliada em um número limitado de estudos (8%), assim como os objetivos individualizados para a cirurgia (2%).
Apesar dos avanços, o estudo aponta que a pesquisa em RDS ainda se concentra principalmente em resultados relacionados ao comprometimento físico. Observou-se um aumento recente na consideração de medidas de resultados relatadas pelos participantes, o que é um passo importante para entender o impacto da cirurgia na perspectiva do paciente. No entanto, poucos estudos abordam o efeito de fatores pessoais e ambientais na recuperação e qualidade de vida. Para o futuro, os pesquisadores enfatizam a necessidade de incorporar todos os domínios da CIF em estudos sobre RDS, a fim de obter uma compreensão mais completa e significativa das mudanças na vida de crianças e jovens com paralisia cerebral, bem como de suas famílias. Isso inclui avaliar não apenas a função física, mas também o bem-estar emocional, a inclusão social e o impacto nas atividades cotidianas.
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