Levetiracetam: Uma Esperança no Tratamento do Autismo?
Um estudo recente investigou o potencial terapêutico do levetiracetam (LEV), um medicamento antiepiléptico já utilizado para tratar diferentes tipos de epilepsia, em um modelo de autismo induzido por ácido propiónico (PPA). A pesquisa buscou entender se o LEV poderia melhorar déficits sociais, problemas de aprendizado e memória, além de investigar os mecanismos neuroquímicos envolvidos nesse processo.
No estudo, ratos foram divididos em grupos: um grupo controle, um grupo recebendo PPA (para induzir características semelhantes ao autismo) e um grupo recebendo PPA e LEV. Os pesquisadores avaliaram o comportamento dos animais através de testes de sociabilidade, atividades em campo aberto e aprendizado de esquiva passiva. Além disso, foram analisados marcadores bioquímicos relacionados ao estresse oxidativo, inflamação e fatores neurotróficos, bem como mudanças histopatológicas no cérebro dos animais.
Os resultados mostraram que o tratamento com LEV atenuou os prejuízos comportamentais, bioquímicos e histológicos induzidos pelo PPA. Observou-se uma melhora na interação social, na atividade motora e no aprendizado dos animais tratados com LEV. Adicionalmente, o LEV pareceu exercer efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e neuroprotetores, possivelmente através da ativação da via AMPK/SIRT1, uma importante via de sinalização celular. Esses achados sugerem que o levetiracetam pode ser um candidato terapêutico promissor para o tratamento de transtornos do espectro autista, merecendo futuras investigações em humanos para confirmar sua eficácia e segurança.
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