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Por muito tempo, a dor musculoesquelética foi vista como um resultado direto de danos nos tecidos. No entanto, pesquisas recentes apontam para uma compreensão mais complexa, na qual a integração multissensorial desempenha um papel crucial. Um sistema sensorial que tem recebido pouca atenção nesse contexto é o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio e orientação espacial.

Além de suas funções clássicas, o sistema vestibular parece estar intimamente ligado à nossa percepção do corpo, à consciência de nós mesmos e à nossa localização no espaço. Essas funções, muitas vezes alteradas em condições de dor crônica, revelam uma sobreposição notável entre as regiões do cérebro responsáveis pela integração vestibular e a chamada “neuromatriz da dor”. Essa sobreposição sugere que os processos de dor e os vestibulares compartilham substratos corticais comuns, o que pode explicar por que a disfunção vestibular está associada a sensações de despersonalização e desrealização, semelhantes às distorções sensoriais observadas em síndromes de dor crônica.

Estudos experimentais demonstram que a estimulação vestibular, seja por meio de calor ou eletricidade, pode modular a percepção da dor, influenciar a integração somatossensorial e até mesmo recalibrar representações corporais distorcidas. Essa descoberta abre novas perspectivas terapêuticas, sugerindo que a incorporação das vias vestibulares em modelos de dor pode melhorar nossa compreensão da cronicidade e abrir caminhos para novas abordagens de neuromodulação. O sistema vestibular, portanto, surge como um componente crítico, porém subestimado, na saúde musculoesquelética e no tratamento da dor.

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