Dopamina e Lentidão: Entenda a Relação Entre a Neurotransmissão e a Retardo Psicomotor
A lentidão generalizada de movimentos e fala, conhecida como retardo psicomotor, é uma característica presente em diversos transtornos neurológicos e psiquiátricos. Uma nova pesquisa explora a hipótese de que a redução da transmissão dopaminérgica no estriado cerebral pode ser um substrato comum a essa condição, influenciando manifestações motoras em patologias como a doença de Parkinson, parkinsonismo induzido por drogas, síndrome neuroléptica maligna, catatonia e depressão.
O estudo analisou evidências de estudos clínicos, epidemiológicos, de neuroimagem, laboratoriais e terapêuticos. Observou-se que a lentidão de movimentos e a redução na produção verbal são características compartilhadas entre distúrbios parkinsonianos, catatonia e depressão. A bradifrenia, um processamento cognitivo lento, também é observada na doença de Parkinson e na depressão. Além disso, existem fortes ligações epidemiológicas entre depressão e Parkinson, e entre catatonia e síndrome neuroléptica maligna.
Estudos de neuroimagem tendem a corroborar a associação entre retardo psicomotor e a diminuição da transmissão dopaminérgica, especialmente no estriado dorsal. Embora a medição do ácido homovanílico (um catabólito da dopamina) no líquido cefalorraquidiano apresente resultados inconsistentes e seja pouco específica, a resposta positiva a medicamentos dopaminérgicos em casos de doença de Parkinson e catatonia, em contraste com a indução de parkinsonismo e catatonia por antagonistas da dopamina, reforça a importância desse neurotransmissor. A pesquisa aponta para a necessidade de mais estudos sobre os efeitos da levodopa e de agonistas da dopamina no tratamento da depressão com retardo psicomotor, bem como a exploração de métodos de neuroimagem mais avançados, como sequências PET com protocolos de imagem mais curtos e neuromelanina-MRI.
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