Desvendando a Sociabilidade: A Genética por Trás das Abelhas Mais Amigáveis
A sociabilidade, essa característica intrínseca a todas as sociedades, manifesta-se de maneiras diversas, inclusive no reino animal. No fascinante mundo das abelhas, essa variação é evidente: algumas são verdadeiras líderes sociais, enquanto outras permanecem mais isoladas na colônia. Um estudo recente buscou desvendar as bases genéticas e moleculares que determinam essa sociabilidade diferenciada, com foco em um comportamento crucial: a trofalaxia.
A trofalaxia, o ato de compartilhar alimento líquido, rico em nutrientes e sinais químicos, representa uma forma fundamental de interação social entre as abelhas. Abelhas mais sociáveis tendem a se engajar mais nesse comportamento. A pesquisa identificou 18 polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) associados à variação na sociabilidade. Surpreendentemente, alguns desses SNPs foram localizados em genes já relacionados à sociabilidade em outras espécies, inclusive em contextos de autismo humano, sugerindo que mecanismos moleculares compartilhados podem estar na raiz da sociabilidade em diferentes organismos.
Além das associações genéticas, o estudo revelou uma ligação entre a variação na sociabilidade e a expressão gênica diferencial no cérebro das abelhas. Particularmente, genes relacionados à sinalização neural e ao desenvolvimento do sistema nervoso mostraram-se influenciados. Através de análises genômicas e transcriptômicas comparativas, os pesquisadores também encontraram evidências de mecanismos distintos que sustentam a sociabilidade em diferentes espécies, incluindo aqueles ligados à sensibilidade à recompensa e à probabilidade de encontro. Essa pesquisa inovadora lança luz sobre as complexas bases genéticas e moleculares da sociabilidade, destacando tanto a conservação evolutiva quanto os pontos de divergência entre as espécies.
Origem: Link