Bilinguismo e Autismo: Uma Perspectiva Inovadora Sobre o Desenvolvimento Infantil
A crescente globalização tem levado a um aumento significativo no número de famílias bilíngues ao redor do mundo. Surpreendentemente, mais da metade da população mundial se comunica em dois ou mais idiomas. No entanto, quando se trata de crianças com autismo, muitas vezes, profissionais de saúde e educação ainda recomendam a adoção de uma abordagem monolíngue, priorizando o ensino de apenas um idioma dominante e limitando a exposição a outras línguas faladas na comunidade.
Estudos recentes têm questionado essa prática, demonstrando que a restrição linguística pode, na verdade, empobrecer a experiência da criança autista em diversos contextos, incluindo o familiar, o social, o religioso e o educacional. A falta de pesquisas que considerem a perspectiva das próprias crianças autistas bilíngues torna essa discussão ainda mais relevante. Uma pesquisa explorou as experiências de crianças autistas bilíngues hebraico-inglês, buscando entender como a capacidade de se comunicar em duas línguas impacta suas vidas.
O estudo, baseado em entrevistas com 13 crianças autistas bilíngues, revelou dois temas principais: o bilinguismo facilita a integração e a conexão nos âmbitos religioso, educacional e social, e há uma preferência clara pelo bilinguismo em detrimento de uma abordagem monolíngue. Esses resultados sugerem que a capacidade de se expressar em dois idiomas pode oferecer às crianças autistas ferramentas adicionais para se conectar com o mundo ao seu redor, fortalecer laços familiares e participar ativamente em suas comunidades. A pesquisa enfatiza a necessidade de que profissionais da área da saúde e educação sejam treinados para reconhecer os potenciais benefícios do bilinguismo para crianças autistas e que a opinião das crianças seja levada em consideração ao tomar decisões sobre sua educação linguística.
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