Autismo e Percepção da Fala: Um Novo Estudo Revela Desafios no Processamento de Sons
Um estudo recente investigou como crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sem comprometimento da linguagem, processam sons da fala. A pesquisa se concentrou na atividade cerebral desses indivíduos ao lidarem com palavras e pseudopalavras (combinações de sons que soam como palavras, mas não têm significado). O objetivo era compreender melhor as bases neurais da percepção da fala em crianças com TEA.
Durante o estudo, foram utilizados potenciais relacionados a eventos (PREs) para medir a atividade cerebral das crianças em resposta a diferentes mudanças nos sons da fala, como alterações na identidade das vogais ou consoantes, duração das vogais, frequência fundamental e intensidade. Os pesquisadores analisaram como o cérebro das crianças codificava, discriminava e se orientava em relação a essas mudanças sonoras. Além disso, foi realizado um teste comportamental para avaliar a discriminação perceptiva de mudanças prosódicas (variações na melodia e ritmo da fala).
Os resultados revelaram que crianças com TEA apresentaram uma codificação atípica dos sons da fala, tanto em palavras quanto em pseudopalavras. Observou-se também uma redução na discriminação neural de mudanças na identidade das vogais, mudanças nas consoantes em pseudopalavras e mudanças na duração das vogais em ambos os tipos de estímulos. Adicionalmente, a pesquisa identificou uma diminuição na atenção involuntária a mudanças na duração das vogais em crianças com TEA. Esses achados fornecem suporte para teorias que sugerem dificuldades no processamento fonêmico em indivíduos com TEA, o que pode impactar a compreensão e o desenvolvimento da linguagem. Essas descobertas abrem caminhos para intervenções mais direcionadas no apoio ao desenvolvimento da linguagem em crianças com TEA.
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