Síndrome do Mutismo Cerebelar Pediátrico: Impacto a Longo Prazo na Neurocognição
A síndrome do mutismo cerebelar pediátrico (pCMS), uma complicação que pode surgir após cirurgias para remoção de tumores na fossa posterior do cérebro em crianças, tem sido associada a impactos significativos e duradouros nas funções neurocognitivas. Uma revisão sistemática recente investigou as consequências neurocognitivas em crianças que desenvolveram pCMS após a cirurgia, comparando-as com aquelas que não apresentaram a síndrome.
A análise de dezesseis estudos, envolvendo um total de 252 crianças com pCMS e 590 sem a síndrome, revelou que as crianças que experimentaram pCMS apresentaram comprometimentos neurocognitivos pronunciados e de longo prazo. As áreas mais afetadas incluem a velocidade de processamento, a função psicomotora e as funções executivas, habilidades essenciais para o aprendizado, o desempenho escolar e a adaptação social. Esses déficits foram significativamente mais acentuados em comparação com as crianças que não desenvolveram pCMS após a cirurgia.
Apesar das evidências claras, os pesquisadores destacam que a literatura atual sobre o tema ainda enfrenta limitações, como amostras pequenas, falta de clareza nos critérios diagnósticos e ausência de rastreamento prospectivo de rotina para pCMS. Além disso, há uma necessidade de investigar mais a fundo os fatores que podem modular os resultados neurocognitivos. É crucial que pesquisas futuras se concentrem em aprofundar a compreensão da condição e seus determinantes, a fim de desenvolver estratégias de intervenção eficazes para mitigar os impactos negativos da pCMS na qualidade de vida dessas crianças.
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