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Um estudo recente investigou a relação entre o microbioma das vias aéreas superiores, a função mucociliar e os resultados clínicos em pacientes com bronquiectasia. A bronquiectasia é uma condição pulmonar crônica caracterizada pela dilatação anormal dos brônquios, tornando os pacientes mais suscetíveis a infecções. A pesquisa, realizada em diversos centros europeus, buscou entender como as bactérias presentes no nariz e na garganta podem influenciar a gravidade da doença e as exacerbações.

Foram coletadas amostras nasofaríngeas de 344 pacientes com bronquiectasia. Os pesquisadores analisaram a composição do microbioma, levando em consideração a gravidade da doença e a ocorrência de exacerbações graves. A análise revelou que a diversidade do microbioma difere significativamente de acordo com a gravidade da bronquiectasia. Perfis microbianos distintos foram associados tanto à severidade da doença quanto às exacerbações agudas. A Pseudomonas, por exemplo, foi identificada como uma bactéria associada à bronquiectasia grave e a exacerbações severas. Interessantemente, a abundância de Pseudomonas no nariz se correlacionou com o crescimento de Pseudomonas aeruginosa na cultura do escarro, indicando uma possível conexão entre as vias aéreas superiores e inferiores.

Pacientes com disbiose nasofaríngea – caracterizada por um desequilíbrio no microbioma com predominância de bactérias patogênicas como Pseudomonas, Haemophilus e Staphylococcus – apresentaram sintomas respiratórios mais intensos, evidenciaram danos no epitélio nasal e experimentaram exacerbações mais graves ao longo de um ano de acompanhamento. O estudo também revelou que os perfis microbianos permaneceram relativamente estáveis entre o início do estudo e o acompanhamento de um ano. Esses resultados sugerem que o microbioma das vias aéreas superiores desempenha um papel importante na bronquiectasia, influenciando a gravidade da doença e a frequência de exacerbações. A compreensão dessa relação pode levar ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas, como a modulação do microbioma, para melhorar os resultados clínicos em pacientes com bronquiectasia.

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