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Um novo estudo científico revelou uma ligação intrigante entre a bactéria Fusobacterium nucleatum, comumente encontrada no intestino, e o aumento da sensibilidade aos efeitos comportamentais induzidos por anfetaminas. A pesquisa, publicada na revista Science Signaling, explora como essa bactéria pode influenciar a resposta do cérebro às anfetaminas, um grupo de psicoestimulantes frequentemente utilizados no tratamento de distúrbios neuropsiquiátricos, mas também suscetíveis ao uso indevido.

O estudo demonstra que a presença da Fusobacterium nucleatum no intestino pode intensificar as propriedades psicomotoras e de recompensa associadas ao uso de anfetaminas. Os pesquisadores descobriram que essa bactéria libera ácidos graxos de cadeia curta (SCFAs), em particular o butirato, que atuam como moduladores epigenéticos. O butirato inibe as histonas desacetilases (HDACs), enzimas que desempenham um papel crucial na regulação da expressão gênica. Ao inibir as HDACs, o butirato produzido pela bactéria pode alterar a forma como os genes são expressos, influenciando a resposta do cérebro às anfetaminas.

A pesquisa aprofundou-se no mecanismo subjacente a essa interação, revelando que a Fusobacterium nucleatum e o butirato aumentam a liberação de dopamina no cérebro, um neurotransmissor fundamental para a sensação de prazer e recompensa. Esse aumento na liberação de dopamina é mediado pela reversão da função do transportador de dopamina (DAT), um processo conhecido como liberação não vesicular de dopamina (NVDR). A bactéria e o butirato aumentam a expressão do DAT, potencializando ainda mais a NVDR induzida pelas anfetaminas. Esses achados sugerem que a Fusobacterium nucleatum contribui para o transtorno por uso de anfetaminas (AUD) através da regulação epigenética da sinalização da dopamina, abrindo novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos para o AUD, visando especificamente essa interação entre o intestino e o cérebro.

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