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O desenvolvimento da linguagem em crianças autistas apresenta nuances que desafiam a compreensão e exigem abordagens específicas. Uma pesquisa recente investigou como essas crianças aprendem e memorizam novas palavras, focando na capacidade de atribuir estados mentais (habilidades de mentalização) e realizar inferências pragmáticas – ou seja, entender a intenção por trás da comunicação.

O estudo envolveu crianças autistas com idades entre 6 e 9 anos, que foram expostas a novas palavras em dois contextos diferentes: um de mapeamento direto, onde a palavra correspondia a um objeto de forma clara, e outro que exigia inferências pragmáticas para entender o significado. Os resultados mostraram que, em geral, as crianças apresentaram um bom desempenho no mapeamento pragmático, indicando que conseguem, em certa medida, utilizar a intenção do falante para aprender. No entanto, uma análise mais detalhada revelou dois grupos distintos: um que reteve bem as palavras aprendidas por inferência pragmática (PI-Retained) e outro com dificuldades (PI-Limited).

Curiosamente, a capacidade de reter as palavras aprendidas por inferência pragmática não estava relacionada à memória geral das crianças, mas sim ao sucesso no aprendizado inicial. O estudo também revelou que o Quociente de Inteligência (QI) não verbal, combinado com o desempenho no mapeamento inicial, foi um fator determinante para diferenciar os dois grupos. Isso sugere que existem diferentes caminhos para a aquisição de significado de palavras em crianças autistas, e que a inferência pragmática pode ser mais eficaz para algumas do que para outras. Para aquelas que se beneficiam menos da inferência pragmática, o mapeamento direto pode ser uma estratégia de aprendizado mais adequada. Essa descoberta ressalta a importância de individualizar as abordagens de ensino da linguagem em crianças autistas, considerando suas habilidades e necessidades específicas.

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