Ações Voluntárias vs. Movimentos Passivos: Como o Cérebro Processa o Feedback
Nossa capacidade de realizar ações voluntárias é fundamental para a interação com o mundo. Um estudo recente investigou as diferenças no processamento cerebral entre movimentos auto-iniciados, movimentos desencadeados por estímulos externos e movimentos passivos (nos quais o corpo é movido por uma força externa). A pesquisa focou em como o cérebro se prepara e processa o feedback sensorial resultante dessas diferentes formas de movimento.
Os participantes do estudo realizaram três tipos de movimentos: pressionar um botão por vontade própria (ação ativa), pressionar um botão o mais rápido possível em resposta a um sinal (ação rápida) e ter o dedo movido por um dispositivo para pressionar o botão (ação passiva). Durante essas ações, os pesquisadores monitoraram a atividade elétrica do cérebro usando eletroencefalografia (EEG), analisando os potenciais relacionados a eventos (PREs) sensoriais e motores-preparatórios.
Os resultados revelaram que as ações ativas e rápidas compartilham mecanismos de previsão de feedback similares, apesar de serem preparadas de maneiras distintas. Especificamente, as amplitudes dos PREs visuais foram menores nas condições ativa e rápida em comparação com a condição passiva, indicando um processamento sensorial diferente. Além disso, a atividade cerebral preparatória (potencial lateralizado/de prontidão) mostrou diferenças sutis entre as condições, sugerindo que o cérebro antecipa e processa as consequências sensoriais das ações de forma mais eficiente quando o movimento é auto-iniciado ou externamente disparado, em comparação com quando é puramente passivo. Esses achados contribuem para uma melhor compreensão do mecanismo de cópia eferente, pelo qual o cérebro prevê e atenua as consequências sensoriais de nossos próprios movimentos, permitindo uma percepção mais clara do mundo ao nosso redor.
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