Capacidade Intrínseca: Um Forte Indicador de Mortalidade por Câncer
Um estudo recente, utilizando dados do UK Biobank, revelou uma associação significativa entre a capacidade intrínseca e a mortalidade por câncer em adultos de meia-idade e idosos. A pesquisa, publicada na revista Maturitas, analisou dados de mais de 443 mil participantes e acompanhou sua saúde por uma média de 10,6 anos. Os resultados indicam que a capacidade intrínseca, que reflete o nível de funcionamento em cinco domínios essenciais, pode ser um importante preditor do risco de óbito por diversos tipos de câncer.
A capacidade intrínseca foi avaliada utilizando sete biomarcadores que medem o funcionamento em áreas como cognição, mobilidade, saúde mental, nutrição e vitalidade. Um escore geral foi calculado, variando de 0 (melhor) a +4 (pior), refletindo o nível de comprometimento nessas áreas. A análise revelou que indivíduos com um escore mais alto, indicando uma menor capacidade intrínseca, apresentavam um risco significativamente maior de morrer de câncer. Em particular, o estudo destaca que mesmo a presença de apenas dois déficits na capacidade intrínseca pode elevar consideravelmente esse risco.
Os pesquisadores enfatizam a importância desses achados para a prática clínica. Médicos devem estar atentos à capacidade intrínseca de seus pacientes, especialmente em adultos de meia-idade e idosos, como um fator de risco para mortalidade por câncer. O estudo também identificou subgrupos que parecem ser mais suscetíveis aos efeitos da capacidade intrínseca na mortalidade por câncer, incluindo indivíduos brancos, aqueles com maior privação socioeconômica, fumantes atuais ou antigos, consumidores frequentes de álcool, pessoas com índice de massa corporal acima de 25 kg/m² e aqueles que relatam baixa ou nenhuma atividade física. Esses resultados sugerem que intervenções direcionadas a esses grupos podem ser particularmente eficazes na redução do risco de morte por câncer.
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