Saúde Desvendada

Seu local de informações de saúde

A perda perinatal, definida como a morte de um bebê antes, durante ou logo após o nascimento, é uma experiência dolorosa e complexa que afeta não apenas os pais, mas também os profissionais de saúde que prestam cuidados nesses momentos delicados. Um estudo recente, realizado na Turquia, investigou as vivências de médicos, enfermeiros e parteiras ao lidar com essas situações, revelando os desafios emocionais e profissionais que enfrentam.

A pesquisa, que adotou uma abordagem fenomenológica interpretativa, entrevistou 15 profissionais de saúde que atuam em cuidados perinatais. Os resultados apontaram para cinco temas principais: o impacto na vida pessoal dos profissionais, incluindo a intensidade emocional e o desconforto gerado pela perda; o impacto na vida profissional, como a possível desensibilização e o questionamento sobre a continuidade na área; os desafios profissionais, como o sentimento de impotência e a dificuldade em lidar com situações inesperadas; o suporte ao paciente, destacando a importância do respeito, do tratamento psicossocial e da comunicação eficaz; e o gerenciamento do processo, englobando as atitudes e comportamentos desenvolvidos para lidar com as emoções negativas. É importante notar que o estudo se concentra no contexto sociocultural e clínico da Turquia, o que pode limitar a generalização dos resultados para outros sistemas de saúde.

Uma das conclusões do estudo é que a intervenção clínica nesses casos é frequentemente breve, dificultando o apoio contínuo às famílias após a perda. Além disso, os homens tendem a ser negligenciados nesse período, apesar de também enfrentarem desafios emocionais significativos. Os profissionais de saúde relataram sentir-se inadequados para oferecer aconselhamento e cuidados adequados. Diante desse cenário, os autores do estudo recomendam a implementação de treinamentos para auxiliar os profissionais a lidar com o processo de luto e o estabelecimento de políticas institucionais para o gerenciamento dessas situações. Investir no bem-estar emocional dos profissionais de saúde que atuam em cuidados perinatais é fundamental para garantir um atendimento mais humanizado e eficaz às famílias enlutadas.

Origem: Link

Deixe comentário