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Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Psychiatry investigou as diferenças nas estruturas intelectuais de crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista de Alto Funcionamento (HF-ASD), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e a comorbidade de ambos (ASD+TDAH). O objetivo principal foi auxiliar na diferenciação clínica desses transtornos, visando diagnósticos mais precisos e o desenvolvimento de intervenções terapêuticas mais eficazes.

A pesquisa envolveu 200 pacientes ambulatoriais com idades entre 6,5 e 13 anos, com um Quociente de Inteligência (QI) total variando de 70 a 130. Os participantes foram divididos em três grupos: HF-ASD (n=91), TDAH (n=47) e comorbidade ASD+TDAH (n=62). A Escala de Inteligência Wechsler Chinesa para Crianças (C-WISC) foi utilizada como principal ferramenta de avaliação, complementada por outras medidas diagnósticas. Os resultados revelaram que o grupo com comorbidade apresentou um QI total inferior aos outros dois grupos. Além disso, o QI verbal (QIV) foi menor que o QI de desempenho (QID) nos grupos HF-ASD e comorbidade. O grupo TDAH, por sua vez, apresentou QIV superior ao QID. As pontuações dos subtestes de memória de trabalho no grupo TDAH foram inferiores às do grupo HF-ASD. Os grupos HF-ASD e comorbidade tiveram pontuações máximas nos subtestes de Organização Perceptual, particularmente em Cubos e Armar Objetos, em comparação com o grupo TDAH.

Uma descoberta crucial do estudo foi a diferença entre os picos e vales nas pontuações dos testes. No grupo TDAH, essa diferença foi de aproximadamente 2 desvios padrão, enquanto nos grupos HF-ASD e comorbidade, a diferença foi maior, em torno de 3 desvios padrão. Os pesquisadores sugerem que essa característica pode ser útil para diferenciar entre HF-ASD, TDAH e a comorbidade de ambos. Essa pesquisa destaca a importância de uma avaliação abrangente das habilidades cognitivas em crianças com suspeita de autismo, TDAH ou ambos, para um diagnóstico mais preciso e intervenções mais direcionadas. A identificação de padrões específicos de desequilíbrio intelectual pode auxiliar os profissionais de saúde a oferecer um suporte mais adequado a cada indivíduo.

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