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A pesquisa na área de neurodiversidade tem demonstrado que a forma como pessoas autistas e não autistas interagem é influenciada pelo status diagnóstico de seus interlocutores. Em outras palavras, a dinâmica da comunicação muda dependendo se a interação ocorre entre pessoas com o mesmo perfil neurológico ou entre perfis diferentes. Um estudo recente aprofundou essa questão, investigando como o diagnóstico afeta o rapport e os comportamentos comunicativos em interações diádicas, ou seja, entre duas pessoas.

Utilizando o Modelo de Interdependência Ator-Parceiro, os pesquisadores analisaram como o status diagnóstico dos participantes e de seus parceiros influencia indicadores linguísticos, comportamentais e cinemáticos. O objetivo era entender a relação entre esses indicadores e a sensação de rapport, que se refere a uma conexão harmoniosa e de entendimento mútuo. O estudo envolveu participantes autistas e não autistas, que interagiram em diferentes configurações: duplas formadas por pessoas autistas, duplas formadas por pessoas não autistas e duplas mistas, com um participante autista e outro não autista.

Os resultados revelaram que participantes autistas relataram um menor senso de rapport, independentemente do status diagnóstico de seus parceiros. No entanto, a consciência do diagnóstico do outro pareceu exercer um efeito moderador. Uma diferença linguística notável foi que os participantes autistas tenderam a produzir enunciados com maior extensão média. Apesar dessas observações, os indicadores comportamentais e cinemáticos analisados não mediaram a relação entre o status diagnóstico e o rapport entre os diferentes neurotipos. Este estudo destaca a importância de uma compreensão mais aprofundada e detalhada da dinâmica da comunicação no autismo, enfatizando a necessidade de considerar as nuances presentes nas interações sociais envolvendo pessoas com diferentes perfis neurológicos.

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