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A Síndrome de Kabuki tipo 1, uma condição congênita que afeta múltiplos sistemas do organismo, tem sido associada a mutações no gene KMT2D. Embora pesquisas anteriores tenham sugerido uma possível ligação entre a deficiência de KMT2D e comportamentos semelhantes aos do autismo, a falta de modelos animais robustos impedia a confirmação do papel exato desse gene no comportamento social. Um estudo recente buscou preencher essa lacuna, investigando a função do KMT2D em modelos de camundongos e peixes-zebra.

Os pesquisadores desenvolveram modelos de camundongos com expressão reduzida do gene Kmt2d e peixes-zebra com o gene KMT2D inativado. As análises revelaram que tanto os camundongos quanto os peixes-zebra deficientes em Kmt2d exibiram comportamentos que se assemelham aos observados em indivíduos com autismo, incluindo dificuldades na interação social e comportamentos repetitivos. Além disso, ao analisar o hipocampo dos camundongos, uma região do cérebro crucial para o aprendizado e a memória social, os cientistas observaram uma diminuição da transmissão sináptica excitatória e um aumento da transmissão sináptica inibitória.

Essa desregulação do equilíbrio entre excitação e inibição sináptica é considerada uma característica marcante dos transtornos do espectro autista. Para aprofundar a compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos, a equipe realizou uma análise de sequenciamento de RNA. Os resultados indicaram que, em condições de baixa expressão de Kmt2d, os genes diferencialmente expressos estavam associados às sinapses glutamatérgicas e GABAérgicas, corroborando a hipótese de que a deficiência de KMT2D impacta o equilíbrio excitação-inibição no hipocampo. Em suma, este estudo fornece evidências convincentes do papel crítico do KMT2D na modulação do comportamento social, possivelmente através do seu efeito no equilíbrio sináptico. A pesquisa abre novas vias para o desenvolvimento de potenciais terapias para a Síndrome de Kabuki e, possivelmente, para o tratamento de certos aspectos do autismo.

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