Saúde Desvendada

Seu local de informações de saúde

A dinâmica interpessoal entre paciente e terapeuta é um pilar fundamental da psicoterapia, mas sua influência nos resultados clínicos ainda é pouco compreendida e difícil de quantificar. Essa realidade se estende ao autismo, onde a interação interpessoal é reconhecida como um componente ativo da intervenção. Uma pesquisa recente explorou essa dinâmica em pré-escolares autistas, buscando entender como a sincronia entre a criança e o terapeuta pode prever o sucesso do tratamento a longo prazo.

O estudo, publicado no Scientific Reports, acompanhou 25 crianças em idade pré-escolar com autismo e 17 terapeutas, analisando sessões de intervenção de desenvolvimento. Utilizando uma abordagem inovadora, os pesquisadores desenvolveram um sistema automatizado que combina inteligência artificial (IA) e computação afetiva. Esse sistema foi capaz de segmentar gravações de áudio das sessões, modelar a sincronia acústica entre a criança e o terapeuta usando métricas não lineares e, surpreendentemente, prever a resposta ao tratamento um ano depois, com base nos padrões iniciais de sincronia.

Os resultados revelaram que as mudanças na dinâmica da sincronia inicial foram preditivas da resposta clínica. Em particular, melhores resultados foram associados a padrões de sincronia que refletiam maior variabilidade, previsibilidade e auto-organização, juntamente com características prosódicas ligadas ao engajamento emocional. Essa descoberta destaca a importância da sincronia interpessoal e do engajamento emocional como elementos ativos na promoção da mudança e do desenvolvimento em crianças com autismo. O sistema desenvolvido oferece uma forma escalável e objetiva de mensurar a dinâmica da terapia, abrindo novas possibilidades para o acompanhamento e a otimização de intervenções no autismo e em outras áreas da saúde mental. Em suma, o estudo enfatiza o papel crucial da conexão e da comunicação emocional no sucesso terapêutico.

Origem: Link

Deixe comentário