Tamoxifeno: Impactos Comportamentais e Neuroquímicos em Estudo com Ratos
O tamoxifeno (TAM) é um medicamento amplamente utilizado no tratamento do câncer de mama hormônio-responsivo, atuando como um modulador seletivo do receptor de estrogênio (SERM). Uma pesquisa recente investigou os possíveis efeitos neurotóxicos da administração subcrônica de tamoxifeno, explorando como ele pode influenciar o comportamento em ratas Wistar.
O estudo avaliou a hipótese de que o tamoxifeno desencadeia comportamentos desadaptativos e examinou a contribuição da apoptose hipocampal, inflamação e parâmetros do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA). Ratas fêmeas intactas receberam doses de 0,25 e 2,5 mg/kg de tamoxifeno por via intragástrica durante 59 dias. Após esse período, foram realizados testes comportamentais para identificar diferentes manifestações fenotípicas de comportamento desadaptativo.
Os resultados revelaram que o tamoxifeno induziu comportamentos desadaptativos de forma dose-dependente. Agitação psicomotora e comportamento semelhante à ansiedade foram observados apenas nas ratas que receberam a menor dose de tamoxifeno, enquanto a anedonia (incapacidade de sentir prazer) foi notada somente no grupo que recebeu a dose mais alta. Comportamentos como desespero, apatia e tigmomtaxia (preferência por ficar perto das paredes) foram evidentes em ambos os grupos. A análise *ex vivo* revelou variações nos marcadores inflamatórios no hipocampo, dependendo da dose de tamoxifeno. Adicionalmente, a dose mais alta de tamoxifeno aumentou os níveis de corticosterona plasmática e receptores de glicocorticóides no hipocampo, enquanto a dose mais baixa afetou marcadores de apoptose. Esses achados destacam a importância de considerar os potenciais efeitos neurocomportamentais do tamoxifeno, especialmente em relação à dose e suas implicações no hipocampo, eixo HPA e inflamação.
Origem: Link