Desvendando a Linguagem do Autismo: Como a Análise Gramatical Pode Ajudar no Diagnóstico e Intervenção
Um estudo recente investigou a fundo como características específicas da linguagem podem distinguir indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) daqueles sem o transtorno. A pesquisa se concentrou na análise de elementos lexicogramaticais, buscando padrões que pudessem servir como marcadores linguísticos do TEA. A ideia central é que a forma como uma pessoa organiza suas frases, escolhe palavras e utiliza a gramática pode revelar aspectos cognitivos subjacentes relacionados ao autismo.
Os pesquisadores utilizaram modelos de classificação baseados em regressão logística e redes neurais profundas (DNN) para analisar dados linguísticos. Os resultados mostraram uma alta precisão na identificação de indivíduos com TEA, atingindo cerca de 80% de acurácia, 82% de precisão, 73% de sensibilidade e 87% de especificidade. Para entender quais aspectos da linguagem eram mais relevantes para essa diferenciação, a análise se concentrou em identificar características sintáticas chave associadas a padrões específicos de escolhas lexicogramaticais no TEA. Essa abordagem permitiu identificar 46 elementos lexicogramaticais que discriminavam estatisticamente (p < 0,05) indivíduos com TEA e sem TEA. Desses, 20, que variam no nível da frase e da oração, foram escolhidos para análise mais profunda.
Esses elementos foram então agrupados em sete domínios cognitivo-funcionais relacionados ao TEA, incluindo memória de trabalho, inferência, atenção conjunta e construção de espaço mental. Essa conexão entre as características da linguagem e os processos cognitivos sugere que as variações sintáticas observadas no TEA refletem limitações cognitivas específicas. Ao vincular os traços lexicogramaticais aos domínios cognitivo-funcionais, o estudo oferece uma perspectiva baseada na linguagem sobre os perfis neurocognitivos do TEA, com potencial para informar abordagens futuras de diagnóstico e intervenção. Em outras palavras, entender a fundo como a linguagem se manifesta em pessoas com TEA pode abrir novas portas para diagnósticos mais precisos e terapias mais eficazes.
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