Microbiota Oral e Estresse Oxidativo: Uma Nova Perspectiva no Autismo?
Estudos recentes têm demonstrado uma possível ligação entre distúrbios do espectro autista (TEA) e problemas gastrointestinais, embora os mecanismos exatos por trás dessa relação ainda não sejam totalmente compreendidos. Uma área que tem ganhado crescente atenção é a cavidade oral, considerada o ponto de partida do sistema digestivo. Pesquisadores têm investigado se alterações na microbiota oral podem estar associadas ao estresse oxidativo em indivíduos com TEA.
Um estudo comparativo recente envolveu 54 participantes com TEA e 46 indivíduos com desenvolvimento típico. Foram coletadas amostras de saliva e células epiteliais da boca para analisar marcadores de estresse oxidativo e a composição da microbiota oral através do sequenciamento do 16S rDNA. Os resultados revelaram que indivíduos com TEA apresentaram níveis reduzidos de mRNA da superóxido dismutase 2 e do receptor órfão relacionado ao RAR α, além de um aumento nas modificações H3K9me2 no promotor da superóxido dismutase 2. Também foram observados níveis elevados de 8-oxo-dG nas células epiteliais orais e uma diminuição na proporção de glutationa reduzida/glutationa oxidada (GSH/GSSG) na saliva, indicando um maior estresse oxidativo.
Além disso, a análise da diversidade alfa e beta revelou diferenças significativas na riqueza microbiana, uniformidade e variação inter-amostral entre os grupos TEA e de desenvolvimento típico. Essas descobertas sugerem que a microbiota oral alterada pode estar ligada ao estresse oxidativo em indivíduos com TEA, abrindo novas avenidas para a pesquisa e potenciais intervenções clínicas. A compreensão dessa conexão pode levar a novas abordagens terapêuticas focadas na modulação da microbiota oral para mitigar o estresse oxidativo e, possivelmente, melhorar a saúde geral de indivíduos com TEA. Esses resultados preliminares reforçam a importância de investigar o papel da saúde bucal no contexto do autismo.
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