Dor Ciática e Músculos Isquiotibiais: Uma Nova Perspectiva para o Tratamento
A dor lombar, um problema musculoesquelético comum, frequentemente está associada a disfunções do sistema nervoso periférico, resultando em rigidez, fraqueza e controle neuromuscular comprometido. Um estudo recente investigou a influência da dor radicular (ciática) unilateral nos músculos isquiotibiais de adultos jovens, que não apresentavam sintomas significativos de dor lombar concomitante. O objetivo foi entender melhor a relação entre a dor ciática e as propriedades biomecânicas desses músculos, que desempenham um papel crucial na função e mobilidade da perna.
A pesquisa, de caráter transversal, comparou dois grupos: indivíduos com dor radicular em um membro inferior e um grupo controle de pessoas saudáveis e sem dor. Os participantes foram avaliados utilizando o Índice de Incapacidade de Oswestry (ODI), a Escala Numérica de Avaliação da Dor (NPRS) e o teste de elevação da perna esticada passiva (PSLR). Adicionalmente, a análise miométrica dos músculos bíceps femoral e semitendinoso foi realizada com o dispositivo Myoton PRO®, avaliando propriedades mecânicas e viscoelásticas como frequência, rigidez, tempo de relaxamento e capacidade de deformação.
Os resultados revelaram que o grupo com dor radicular apresentou uma rigidez aproximadamente 14% maior no lado sintomático em comparação com o grupo controle. Além disso, o tempo de relaxamento e a capacidade de deformação foram cerca de 14% e 13% menores, respectivamente, no grupo com dor. Surpreendentemente, o lado assintomático também demonstrou uma rigidez 13% maior no grupo com dor radicular. Em conclusão, as propriedades biomecânicas dos isquiotibiais, em particular a rigidez, o tempo de relaxamento e a capacidade de deformação do bíceps femoral no lado sintomático, podem influenciar significativamente o manejo da dor em indivíduos com dor ciática. A rigidez do bíceps femoral surge como um potencial preditor de resultados funcionais em adultos jovens afetados por essa condição, abrindo novas avenidas para abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas.
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