Comportamento Autolesivo em Adolescentes: Um Novo Modelo de Previsão de Risco
O comportamento autolesivo não suicida (SIB, na sigla em inglês) em adolescentes representa um desafio de saúde pública global significativo. Estimativas apontam que cerca de 13,7% dos jovens apresentam esse tipo de comportamento em algum momento da vida. Diante desse cenário, a identificação precoce de indivíduos em risco é crucial para implementar intervenções eficazes e prevenir tentativas de suicídio e outros danos.
Uma pesquisa recente, publicada na revista Translational Psychiatry, explorou a complexa rede de fatores de risco associados ao SIB em adolescentes, utilizando uma abordagem inovadora que combina aprendizado de máquina e análise de redes psicopatológicas. O estudo envolveu a análise de dados de mais de 2 mil adolescentes chineses, com idades entre 11 e 17 anos, avaliando 19 variáveis em diversas áreas, incluindo aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais. A metodologia empregada permitiu identificar os principais fatores que contribuem para o comportamento autolesivo, bem como as interações entre eles.
Os resultados revelaram que a solidão, os sintomas de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), o vício em internet, a ansiedade, a depressão, a preferência pela solidão, traços autistas e o bullying são fatores de risco chave para o SIB em adolescentes. Esses elementos não atuam de forma isolada, mas sim interagem dentro de uma intrincada rede, influenciando direta e indiretamente a ocorrência do comportamento autolesivo. A combinação de análise de redes, aprendizado de máquina e o método de ponderação de entropia (EWM) permitiu uma avaliação de risco mais precisa e abrangente, abrindo caminho para estratégias de prevenção e intervenção mais eficazes e direcionadas a esse público vulnerável.
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