Saúde Desvendada

A reabilitação de indivíduos com lesão medular, especialmente a tetraplegia, frequentemente envolve o uso de tecnologias assistivas (TA) para facilitar a realização de atividades diárias e promover a inclusão social. No entanto, um estudo recente realizado no Nordeste do Brasil revelou uma taxa significativa de abandono desses dispositivos após a alta hospitalar, levantando preocupações sobre a efetividade a longo prazo das estratégias de reabilitação.

A pesquisa, que analisou dados de pacientes de um hospital de reabilitação, identificou que 18,4% dos participantes abandonaram o uso das tecnologias assistivas que receberam. Surpreendentemente, a taxa de abandono foi menor entre os indivíduos mais jovens (16-30 anos). Além disso, observou-se que os dispositivos de suporte postural foram menos abandonados, enquanto aqueles relacionados à acessibilidade de computadores apresentaram a maior taxa de descontinuação. Essas descobertas sugerem que a percepção de utilidade e a adaptabilidade dos dispositivos às necessidades individuais podem influenciar a adesão ao tratamento.

O abandono de tecnologias assistivas representa um desafio importante para a área da saúde. Para otimizar a reabilitação de pessoas com tetraplegia e outras condições que requerem TA, é crucial entender as razões por trás desse abandono. Fatores como a falta de treinamento adequado, a dificuldade de adaptação ao dispositivo, o custo de manutenção e as mudanças nas necessidades do indivíduo ao longo do tempo podem contribuir para a descontinuação do uso. Estudos futuros com amostras maiores e métodos de pesquisa mais aprofundados são necessários para identificar os principais fatores associados ao abandono e desenvolver intervenções mais eficazes para promover a adesão a longo prazo às tecnologias assistivas. Isso inclui aprimorar os serviços de TA, oferecendo suporte contínuo e personalizado aos usuários, e adaptando os dispositivos às suas necessidades em evolução.

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