Restrição de Fluxo Sanguíneo e Hemofilia: Uma Abordagem Segura na Reabilitação do Cotovelo?
A reabilitação de lesões e condições que afetam a mobilidade e força muscular é um desafio constante, especialmente para indivíduos com hemofilia (PWH). Uma técnica que tem ganhado destaque é o treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (BFR), que envolve a aplicação de um torniquete para restringir parcialmente o fluxo de sangue durante o exercício. Um estudo recente investigou a segurança e as respostas fisiológicas do BFR em pessoas com hemofilia, explorando diferentes abordagens de regulação do fluxo sanguíneo.
O estudo comparou duas formas de BFR: autoregulada (AUTO) e não autoregulada (NAUTO). Na abordagem AUTO, a pressão de restrição é ajustada automaticamente, enquanto na NAUTO, a pressão é fixa. Onze participantes com hemofilia grave realizaram exercícios de flexão e extensão do cotovelo com faixas elásticas, aplicando 50% da pressão de oclusão do membro (LOP) sob ambas as condições de BFR. Os pesquisadores monitoraram diversos parâmetros, incluindo segurança, respostas cardiovasculares, percepção de esforço, dor no cotovelo e atividade eletromiográfica dos músculos bíceps e tríceps.
Os resultados indicaram que ambas as modalidades de BFR foram consideradas seguras para pessoas com hemofilia. A BFR autoregulada (AUTO) mostrou uma tendência de melhora nas respostas cardiovasculares e neuromusculares. Curiosamente, a AUTO também produziu uma resposta hipotensiva (queda da pressão arterial) e hipoalgésica (redução da dor) após o exercício, embora sem diferenças significativas entre os grupos. Observou-se uma maior ativação do tríceps braquial com AUTO durante os últimos ciclos das primeiras séries, além de valores mais altos de dor. É importante ressaltar que não foram observados eventos adversos graves durante o estudo. Estes achados sugerem que a BFR, especialmente a forma autoregulada, pode ser uma ferramenta promissora e segura para a reabilitação do cotovelo em pessoas com hemofilia, embora mais pesquisas sejam necessárias para confirmar seus benefícios a longo prazo e otimizar os protocolos de aplicação.
Origem: Link