Nanoenzimas Mn3O4: Uma Nova Esperança para o Tratamento do Autismo?
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição complexa do neurodesenvolvimento cuja origem ainda não é totalmente compreendida. Estudos recentes têm apontado para uma ligação entre a progressão do TEA e um desequilíbrio entre o estresse oxidativo e a capacidade antioxidante do organismo. Esse desequilíbrio se manifesta através de níveis elevados de espécies reativas de oxigênio (ROS) e concentrações reduzidas de moléculas antioxidantes importantes, como a superóxido dismutase (SOD) e a glutationa (GSH).
Embora o corpo humano possua enzimas endógenas capazes de neutralizar as ROS, a sensibilidade dessas enzimas às condições ambientais e as dificuldades na produção em larga escala limitam sua aplicação prática. Em resposta a essa necessidade, pesquisadores têm se dedicado ao desenvolvimento de enzimas artificiais com atividade de eliminação de ROS. As nanoenzimas, em particular, têm ganhado destaque devido à sua maior estabilidade e multifuncionalidade. Dentro desse campo, nanoenzimas contendo manganês têm demonstrado potencial na eliminação eficaz de espécies reativas de oxigênio.
Um estudo recente investigou o uso de nanoenzimas de Mn3O4 (Mn3O4 NZs) que exibem atividades de superóxido dismutase, catalase e eliminação de radicais hidroxila. Os pesquisadores avaliaram os efeitos dessas nanoenzimas em modelos de autismo, observando melhorias no fluxo sanguíneo cerebral, redução de déficits sociais, diminuição de comportamentos repetitivos e estereotipados, melhora da capacidade cognitiva e redução de danos morfológicos neuronais. Além disso, experimentos in vitro confirmaram que as Mn3O4 NZs exercem efeitos neuroprotetores ao mitigar o estresse oxidativo e a inflamação. Os resultados sugerem que as nanoenzimas Mn3O4 podem ser uma abordagem terapêutica promissora para o tratamento do autismo, atuando na redução do estresse oxidativo, mitigando a neuroinflamação e resgatando lesões neuronais no hipocampo.
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