Risco Cardiovascular em Artrite: Papel dos Biomarcadores e Inibidores JAK
Pacientes com artrite reumatoide (AR) e artrite psoriásica (APs) apresentam um risco cardiovascular aumentado, o que contribui para a alta morbidade e mortalidade, mesmo com os avanços terapêuticos. Um estudo recente investigou o perfil de risco cardiovascular nesses pacientes, com foco na dinâmica de biomarcadores tradicionais e emergentes, especialmente em indivíduos tratados com inibidores de Janus quinase (JAKis).
A pesquisa acompanhou 48 pacientes adultos durante 12 meses, avaliando fatores de risco cardiovascular clássicos como tabagismo, obesidade e hipertensão arterial, bem como marcadores biológicos como perfil lipídico, lipoproteína (a) [Lp(a)] e ácido úrico (UA). O objetivo principal foi identificar correlações entre o tratamento com JAKis, mudanças no perfil lipídico e fatores de risco cardiovascular, buscando preditores de eventos cardiovasculares não maiores. Os resultados indicaram que fatores de risco tradicionais, como tabagismo ativo, obesidade e hipertensão arterial, foram preditores independentes de eventos cardiovasculares não maiores. Além disso, o ácido úrico e o colesterol total também se mostraram preditores bioquímicos significativos.
Um achado importante foi a estabilidade dos níveis de Lp(a) durante o período de acompanhamento. Embora não tenham ocorrido eventos cardiovasculares maiores, uma parcela significativa dos pacientes apresentou eventos não maiores, como hipertensão arterial não controlada, angina de esforço e arritmias de início recente. A combinação de níveis elevados de Lp(a) com os fatores de risco tradicionais aumentou a taxa de eventos, especialmente após os 60 anos. Esses resultados reforçam a importância do gerenciamento abrangente do risco cardiovascular em pacientes com AR e APs, mesmo durante o tratamento com inibidores JAK. A Lp(a), por sua vez, pode ser considerada um biomarcador complementar para estratificação de risco nesses pacientes. O estudo demonstra que, apesar dos avanços terapêuticos, o controle dos fatores de risco cardiovascular continua sendo crucial para a saúde desses pacientes.
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