Autismo: Como a Linguagem Influencia o Raciocínio Espacial?
Um novo estudo explora a complexa relação entre linguagem e habilidades visuoespaciais em indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa investigou se a forma como a linguagem é processada afeta a capacidade de realizar tarefas de rotação mental, que exigem a manipulação de imagens na mente.
O estudo utilizou a pupilometria, uma técnica que mede o tamanho da pupila como um indicador do esforço cognitivo. Participaram 25 crianças e jovens adultos com TEA e 25 indivíduos neurotípicos com idade e QI semelhantes. Os participantes realizaram tarefas de rotação mental com figuras e objetos em duas e três dimensões. Ao mesmo tempo, os pesquisadores mediram a dilatação da pupila para avaliar o esforço mental durante a tarefa. A habilidade linguística foi avaliada por meio de um teste de gramática.
Os resultados revelaram que, embora não houvesse diferenças significativas no esforço cognitivo geral entre os grupos, a relação entre gramática e o tempo necessário para o esforço cognitivo diferia. Em indivíduos com TEA e melhores habilidades gramaticais, o esforço cognitivo foi menos eficiente, ao contrário do grupo neurotípico, onde uma melhor gramática se correlacionou com maior eficiência. Esses achados sugerem que, no TEA, os sistemas de linguagem e visuoespacial podem estar mais dissociados, o que pode explicar a variabilidade observada nas habilidades linguísticas e visuoespaciais. O estudo ressalta a importância de examinar a interação entre linguagem e cognição ao longo do tempo no contexto do TEA, para auxiliar em futuras intervenções e tratamentos.
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