Acidente Vascular Cerebral (AVC) Grave: Desafios na Avaliação e Padronização
A avaliação precisa da gravidade de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) é crucial para determinar o curso do tratamento e prever a recuperação do paciente. Um estudo recente publicado na revista Frontiers in Neurology investigou a variedade de métodos utilizados para medir a gravidade do AVC, particularmente em casos considerados graves. A pesquisa destaca a importância de estabelecer dados de referência consistentes para a gravidade do AVC, pois isso afeta diretamente o tempo de internação hospitalar e a recuperação funcional durante a reabilitação.
O estudo analisou ensaios clínicos randomizados (RCTs) e ensaios clínicos controlados (CCTs) publicados entre janeiro de 2018 e setembro de 2024, focando em intervenções reabilitativas para pacientes com AVC grave com 18 anos ou mais. Os pesquisadores identificaram 11 diferentes medidas utilizadas para avaliar a gravidade do AVC. A escala NIHSS (National Institutes of Health Stroke Scale) foi a mais utilizada, presente em 14 estudos, seguida pela escala mRS (Modified Rankin Scale) e pela FMA (Fugl-Meyer Assessment) para membros superiores e a FMA original, ambas utilizadas em quatro estudos. A escala BI (Barthel Index) modificada ou original apareceu em três estudos. Essa diversidade de métodos de avaliação aponta para uma falta de padronização na pesquisa clínica.
Uma das descobertas mais relevantes foi a identificação de sete diferentes pontos de corte para a escala NIHSS, que, apesar de ser a mais utilizada, ainda apresenta desafios em sua aplicação uniforme. A variabilidade nas medidas e nos pontos de corte dificulta a comparação dos dados de gravidade do AVC entre diferentes estudos. O estudo enfatiza que esforços futuros devem se concentrar em identificar e superar as barreiras e os desafios associados ao uso consistente da escala NIHSS, buscando uma maior uniformidade na avaliação da gravidade do AVC e, consequentemente, melhorando a qualidade da pesquisa e o cuidado com os pacientes. A padronização na avaliação é um passo crucial para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados para pacientes com AVC grave.
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