Integrando o Corpo: A Importância da Percepção Sensorial no Sistema Digestivo e sua Ligação com o Autismo
A integração sensório-motora ao longo do trato gastrointestinal (GI) desempenha um papel fundamental na função intestinal normal. No entanto, essa intrincada relação ainda não é totalmente compreendida, especialmente no contexto de distúrbios do neurodesenvolvimento (DNDs), como o transtorno do espectro autista (TEA). Estudos recentes têm demonstrado a importância de entender como o cérebro e o sistema digestivo se comunicam e como essa comunicação pode ser afetada em indivíduos com TEA.
Pesquisadores têm utilizado modelos de peixe-zebra geneticamente modificados para estudar os circuitos funcionais da digestão in vivo. A transparência óptica dos peixes-zebra durante o desenvolvimento permite o uso de optogenética e imagens de cálcio, técnicas que ajudam a elucidar os mecanismos subjacentes aos sintomas gastrointestinais associados ao TEA. Os sintomas relatados, como dificuldades na alimentação, constipação e diarreia, sugerem uma alteração na integração sensório-motora em diferentes pontos do trato GI, desde a faringe até o ânus.
Ao examinar os arcos reflexos que facilitam a deglutição, a percepção de nutrientes, a absorção, o peristaltismo e a evacuação, os cientistas esperam identificar alvos terapêuticos para aliviar o desconforto gastrointestinal em pessoas com TEA e outros DNDs. A conservação desses processos em vertebrados torna o peixe-zebra um modelo valioso para testar novas abordagens terapêuticas e melhorar a qualidade de vida daqueles que sofrem de problemas digestivos relacionados a distúrbios do neurodesenvolvimento. A compreensão profunda da integração sensório-motora no trato gastrointestinal pode abrir portas para tratamentos mais eficazes e personalizados.
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