Neuromodulação Sacral: Uma Esperança para Problemas Urinários Pós-Histerectomia
A histerectomia radical, procedimento padrão para tratamento de câncer de colo do útero em estágio inicial, pode levar a complicações como hidronefrose, uma condição em que o rim incha devido ao acúmulo de urina. Um estudo de caso recente explora uma abordagem inovadora para tratar a hidroureteronefrose, uma dilatação tanto do ureter quanto do rim, consequente a disfunções do trato urinário inferior após a histerectomia: a neuromodulação sacral (NMS).
O caso relatado envolve uma paciente de 44 anos que desenvolveu hidroureteronefrose bilateral e insuficiência renal mais de um ano após a histerectomia radical. Após o uso de um cateter por três meses, sua função renal apresentou melhora gradual. Um estudo videourodinâmico revelou diminuição da complacência da bexiga e refluxo ureteral bilateral. Confirmado que a pressão elevada na bexiga, e não a invasão do tumor, era a causa do dano ao trato urinário superior, a neuromodulação sacral foi implementada. A NMS visa restaurar a função do trato urinário inferior, mantendo a bexiga com baixa pressão para armazenamento e micção.
Quatro anos após a intervenção, os resultados são promissores. Os níveis de creatinina da paciente diminuíram progressivamente, e a ultrassonografia não apresentou sinais de hidronefrose. Exames de urina de rotina e volumes residuais de urina pós-micção também se mantêm normais. A neuromodulação sacral, portanto, surge como uma alternativa promissora para proteger o trato urinário superior, melhorando a função do trato urinário inferior em pacientes selecionadas que desenvolvem essa complicação após a histerectomia. Este estudo de caso demonstra o potencial da NMS como uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico para o tratamento de complicações urinárias pós-cirúrgicas.
Origem: Link