Doença de Parkinson: Biomecânica dos Membros Inferiores e Risco de Quedas
A Doença de Parkinson (DP) é uma condição neurológica progressiva que afeta o movimento. Uma das manifestações comuns, e que impacta significativamente a qualidade de vida, é a instabilidade postural, que aumenta consideravelmente o risco de quedas. Entender os fatores que contribuem para essa instabilidade é crucial para desenvolver estratégias de tratamento não farmacológicas eficazes.
Um estudo recente investigou a relação entre a biomecânica dos membros inferiores e o equilíbrio em pacientes com DP. A pesquisa avaliou diversos aspectos biomecânicos, incluindo o alinhamento das pernas, a mobilidade das articulações e a postura dos pés. Medidas como o ângulo de anteversão femoral, o ângulo Q, o comprimento das pernas, o teste de queda navicular, a avaliação da retração gastrocnêmica, a amplitude de movimento (ADM) e o Índice de Postura do Pé (IPF) foram utilizados para caracterizar a biomecânica dos participantes. O equilíbrio foi avaliado por meio de testes como o Teste de Estabilidade Postural, o Índice de Risco de Queda (IRQ) e o Mini-BESTest.
Os resultados revelaram associações significativas entre as características biomecânicas dos membros inferiores e o equilíbrio. Por exemplo, o IRQ apresentou correlação com o ângulo de anteversão femoral e a ADM da flexão do quadril. Além disso, o Índice de Estabilidade Geral (IEG) estava associado ao teste de queda navicular e à abdução/adução do antepé. Essas descobertas sugerem que a avaliação biomecânica dos membros inferiores pode ser uma ferramenta valiosa na identificação de indivíduos com DP em risco de quedas, permitindo o desenvolvimento de planos de tratamento individualizados que visem melhorar o equilíbrio e reduzir o risco de lesões. A incorporação dessas avaliações na prática clínica pode levar a intervenções mais direcionadas e eficazes para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Doença de Parkinson.
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