Violência Doméstica: A Influência de Modelos Masculinos e Experiências Familiares
A violência entre parceiros íntimos é um grave problema de saúde pública, frequentemente enraizado em estruturas sociais patriarcais e heteronormativas. Essas estruturas perpetuam o sexismo e contribuem para a escalada de agressões, principalmente contra mulheres. Um estudo recente investigou a influência de modelos comportamentais masculinos e vivências familiares na vida de homens que cometeram violência contra suas parceiras.
A pesquisa, de abordagem qualitativa, envolveu entrevistas semiestruturadas com homens participantes de um grupo reflexivo para autores de violência. A análise dos dados revelou a predominância de duas categorias temáticas: “As relações familiares” e “Meu pai, meu exemplo”. Os resultados indicam que a exposição à violência intrafamiliar desde a infância contribui para a normalização desse comportamento, perpetuando um ciclo de agressão. As experiências vivenciadas dentro de casa moldam a percepção dos indivíduos sobre o que é aceitável ou não em um relacionamento, influenciando suas atitudes e comportamentos no futuro.
Além disso, o estudo apontou para a persistência de repertórios comportamentais machistas, transmitidos por meio de modelos parentais e reforçando uma estrutura familiar patriarcalista. A internalização de papéis de gênero rígidos, baseados em características heteronormativas, limita a autonomia das mulheres e as coloca em uma posição de submissão. Compreender essa dinâmica é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e intervenção eficazes, visando romper o ciclo de violência e promover relacionamentos mais saudáveis e igualitários. Intervenções que abordem a desconstrução de normas de gênero prejudiciais e promovam a igualdade são cruciais para combater a violência doméstica em suas raízes.
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