Priapismo e Aripiprazol: Um Caso Raro em Adolescente com Síndrome de Angelman
A Síndrome de Angelman (SA) é uma condição genética rara que afeta o desenvolvimento neurológico, caracterizada por atraso mental, problemas de coordenação motora (ataxia) e um comportamento social geralmente alegre e sorridente. O tratamento de indivíduos com SA muitas vezes envolve o uso de medicamentos para controlar sintomas específicos, como irritabilidade. O aripiprazol, um antipsicótico atípico, é uma das opções terapêuticas utilizadas para esse fim, especialmente em crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista.
Um recente relato de caso publicado no Iranian Journal of Child Neurology descreve um evento incomum em um adolescente com Síndrome de Angelman que estava em tratamento com aripiprazol: o priapismo, uma ereção prolongada e dolorosa do pênis. Essa condição, embora rara, pode ter consequências graves se não tratada adequadamente. No caso relatado, o priapismo ocorreu algumas horas após a administração de uma dose de 5 mg de aripiprazol. Após a avaliação médica, que descartou outras causas como tabagismo, abuso de álcool, traumas ou outras condições médicas preexistentes, a equipe médica suspeitou de uma relação entre o medicamento e o evento.
Apesar de o priapismo ser um efeito colateral incomum associado ao aripiprazol, o relato de caso destaca a importância de monitorar cuidadosamente pacientes em uso desse medicamento, especialmente aqueles com condições neurológicas preexistentes. Embora o mecanismo exato pelo qual o aripiprazol pode levar ao priapismo não seja totalmente compreendido, algumas teorias sugerem que pode estar relacionado a alterações nos receptores alfa-adrenérgicos ou a reações idiossincráticas individuais. É importante ressaltar que, em alguns casos, o aripiprazol tem sido utilizado para tratar o priapismo induzido por outros antipsicóticos, o que indica a complexidade da relação entre o medicamento e essa condição. A interrupção do uso do Aripiprazol levou a remissão do quadro. Mais estudos são necessários para entender completamente essa interação e identificar pacientes com maior risco de desenvolver priapismo associado ao uso de aripiprazol.
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