Preocupação e Ansiedade: Como o Estado Emocional Impacta a Atenção a Erros
A ansiedade generalizada e a tendência à preocupação constante têm sido associadas a uma maior sensibilidade a erros, refletida em uma resposta cerebral conhecida como negatividade relacionada ao erro (ERN). No entanto, a relação entre a preocupação momentânea (estado de preocupação) e a ERN é complexa, pois a preocupação também pode estar ligada à evitação cognitiva, uma estratégia que busca reduzir emoções negativas. Um estudo recente investigou como induzir estados de preocupação afeta a ERN, buscando esclarecer se a preocupação intensifica ou atenua essa resposta cerebral.
Para investigar essa questão, pesquisadores realizaram um experimento com dois grupos de participantes. Um grupo passou por uma indução de preocupação não relacionada à tarefa que estavam realizando, enquanto o outro grupo foi induzido a se preocupar com aspectos relevantes da tarefa. Durante o experimento, os participantes realizaram uma tarefa que envolvia a identificação de estímulos visuais, enquanto os pesquisadores monitoravam sua atividade cerebral através de eletroencefalografia (EEG). A ERN foi medida antes, durante e após a indução de preocupação, permitindo aos pesquisadores avaliar o impacto do estado emocional na resposta cerebral aos erros.
Os resultados revelaram que ambas as induções de preocupação aumentaram o afeto negativo e a atividade muscular facial associada à tensão (atividade do músculo corrugador), e reduziram a arritmia sinusal respiratória, um indicador de menor modulação autonômica. Curiosamente, a indução de preocupação não relacionada à tarefa atenuou a ERN, enquanto a indução de preocupação relacionada à tarefa aumentou a ERN, mas apenas em mulheres. Esses achados sugerem que o conteúdo da preocupação, ou seja, se ela está relacionada ou não à tarefa em mãos, desempenha um papel crucial em como ela afeta o processamento de erros no cérebro. Implicações importantes podem ser derivadas para modelos teóricos de preocupação e ERN, bem como para o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais eficazes para transtornos de ansiedade.
Origem: Link