Desvendando a Mucopolissacaridose IIIB: Novos Insights Sobre a Doença
A mucopolissacaridose tipo IIIB (MPS IIIB) é uma doença lisossomal rara, de caráter recessivo autossômico, causada por mutações no gene NAGLU. Essa condição neurodegenerativa progressiva, para a qual ainda não existe tratamento eficaz, afeta o sistema nervoso central e leva a um declínio gradual das funções cognitivas e motoras. Compreender os mecanismos moleculares por trás da MPS IIIB é fundamental para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
Um estudo recente investigou as características moleculares e fenotípicas de duas variantes específicas do gene NAGLU: Arg234Gly e Asp312Asn. Através do sequenciamento do exoma completo e sequenciamento de Sanger, os pesquisadores identificaram essas duas variantes recorrentes e prejudiciais em indivíduos com transtorno do espectro autista. A modelagem estrutural dessas variantes sugeriu que ambas afetam a estabilidade da enzima α-n-acetilglicosaminidase, levando à perda de sua atividade. De fato, a análise enzimática em leucócitos de todos os indivíduos afetados revelou uma inatividade completa da enzima.
Um aspecto interessante do estudo foi a descoberta de que, apesar dos sintomas clínicos neurodegenerativos progressivos, alguns pacientes apresentaram resultados normais em exames de ressonância magnética (RM). Este achado, representando o segundo e terceiro casos documentados na literatura de resultados normais de RM em pacientes com MPS IIIB, destaca a complexidade da doença e a importância de considerar outros métodos diagnósticos além da imagem cerebral. A identificação dessas variantes genéticas e a compreensão de seu impacto na função enzimática representam um avanço significativo na busca por terapias eficazes para a MPS IIIB. Essa pesquisa reforça a necessidade de um diagnóstico precoce e preciso para o manejo adequado da doença.
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