Saúde Desvendada

A Escala de Responsividade Social, 2ª Edição (SRS-2), é uma ferramenta amplamente utilizada para identificar características do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e rastrear o autismo em contextos clínicos e de pesquisa. No entanto, um estudo recente levanta questões importantes sobre a interpretação dos resultados da SRS-2 em adultos autistas, sugerindo que outros fatores podem influenciar as pontuações.

A pesquisa, publicada no Journal of Autism and Developmental Disorders, examinou a relação entre a SRS-2 para adultos (SRS-2-A) e o Relatório de Autoavaliação para Adultos da ASEBA em uma amostra de 203 adultos autistas independentes. Os resultados indicaram que a SRS-2-A apresentou associações significativas com escalas projetadas para rastrear transtornos internalizantes (como depressão e ansiedade), transtornos externalizantes e transtornos de personalidade. A escala de Personalidade Evitativa mostrou sobreposição direta com itens da SRS-2, o que pode explicar, em parte, as associações observadas. As escalas de Depressão e Ansiedade, no entanto, são menos facilmente explicadas.

A conclusão do estudo ressalta a necessidade de cautela ao utilizar as pontuações da SRS-2-A para caracterizar adultos autistas. Os resultados sugerem que essas pontuações podem refletir uma combinação de características diagnósticas e relacionadas ao autismo, bem como sintomas associados a condições coexistentes não relacionadas ao autismo. Para uma avaliação mais precisa, os autores enfatizam a importância de coletar informações de diversas fontes para distinguir entre características autísticas e aquelas relacionadas a condições comuns, como depressão e ansiedade. Compreender como esses fatores interagem é crucial para melhorar a medição das características diagnósticas do autismo e, consequentemente, oferecer suporte mais eficaz aos indivíduos autistas. A pesquisa destaca que a avaliação do autismo em adultos é um processo complexo que exige uma abordagem multifacetada.

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