Qualidade de Vida em Famílias com Crianças no Espectro Autista: Um Modelo ABA Centrado na Família
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição com prevalência crescente, impactando significativamente os gastos com saúde, a renda familiar e o bem-estar geral. Famílias com crianças diagnosticadas com TEA frequentemente enfrentam altos níveis de estresse e uma diminuição na qualidade de vida (QV), que é uma medida da avaliação do bem-estar geral. No contexto do TEA, a QV está intrinsecamente ligada à autoeficácia dos pais, ou seja, à crença na sua capacidade de lidar com os desafios.
Tratamentos validados, como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA), considerada o padrão ouro, podem mitigar algumas das consequências que afetam negativamente a QV dos pais. Um estudo recente examinou as mudanças na QV dos pais em múltiplos domínios, dentro de três díades pais-filhos, em um modelo ABA liderado pelos pais, onde o tratamento foi aplicado pelos próprios pais. A hipótese era que a QV dos pais aumentaria concomitantemente com o tratamento ABA, diminuindo a frequência de comportamentos que interferem, os quais contribuem para o estresse parental e a limitada autoeficácia.
Os resultados do estudo demonstraram uma melhora nos componentes da QV entre a primeira avaliação e o acompanhamento, embora nem todas as mudanças nas pontuações dos componentes da QV tenham atingido significância clínica. Este estudo demonstra uma correlação entre a QV dos pais e o progresso do tratamento clínico. Com validação adicional, a avaliação da QV pode servir como uma ferramenta para orientar abordagens de tratamento individualizadas que melhorem os resultados familiares, tornando o processo de cuidado mais eficaz e centrado nas necessidades de cada família.
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