Desequilíbrio Cerebral e Distúrbios Mentais: Entenda a Conexão
Pesquisadores investigaram a ligação entre o desequilíbrio excitatório/inibitório (E/I) no cérebro e as atividades neurais atípicas observadas em distúrbios como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a esquizofrenia. Esses distúrbios complexos afetam múltiplos sistemas neurais, e a coordenação temporal atípica da atividade neuronal é uma característica comum. A hipótese central é que esse desequilíbrio E/I desempenha um papel crucial nessas condições.
Para aprofundar essa investigação, foi desenvolvido um modelo computacional de microcircuito que simula a camada 2/3 do córtex visual. Esse modelo combina neurônios piramidais excitatórios com três subtipos de interneurônios inibitórios: parvalbumina (PV), somatostatina (SOM) e peptídeo intestinal vasoativo (VIP). Ao manipular o tamanho populacional desses diferentes subtipos de neurônios, os pesquisadores exploraram o impacto de diferentes tipos de desequilíbrio E/I na atividade da rede neural.
Os resultados revelaram que a diminuição da população de neurônios PV leva a uma atividade precursora dessa população em relação à população piramidal, intensificando as oscilações beta e gama. Em contraste, a redução da população de neurônios SOM faz com que a atividade neuronal piramidal preceda a atividade dos interneurônios PV, prejudicando preferencialmente a atividade na frequência gama. Essa perturbação no equilíbrio E/I também alterou o fluxo de informações entre as populações piramidais e PV, modulando a dinâmica neuronal. Em suma, o estudo sugere que o desequilíbrio E/I, resultante de alterações em diferentes subtipos de interneurônios, pode induzir distintos tipos de comportamentos neurais atípicos associados à disfunção do sistema nervoso central. Essa pesquisa abre caminhos para a compreensão mais profunda dos mecanismos cerebrais envolvidos no TEA e na esquizofrenia. Compreender a dinâmica do equilíbrio E/I pode levar a novas abordagens terapêuticas.
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