Autolesão e Transtorno do Espectro Autista: Uma Análise em Adolescentes e Adultos Jovens Hospitalizados
Indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem apresentar alterações comportamentais, dificuldades em lidar com mudanças, interesses restritos e sensibilidade sensorial. Um estudo recente investigou a relação entre comportamentos autolesivos em adolescentes hospitalizados com TEA e outros fatores como depressão e ansiedade.
A pesquisa, realizada com 50 pacientes com TEA entre 14 e 27 anos, utilizou diversas ferramentas de avaliação, incluindo a Escala de Observação Diagnóstica do Autismo (ADOS-2), a Entrevista Diagnóstica do Autismo Revisada (ADI-R), o Questionário de Ansiedade Traço-Estado, o Inventário de Depressão de Beck (BDI), o Perfil Sensorial Adolescente/Adulto (AASP) e o Inventário de Declarações sobre Autolesão (ISAS). Os resultados apontaram para correlações positivas e significativas entre o nível de autolesão e diversas dimensões, incluindo a autorregulação, a busca por sensações e força, a evitação do suicídio, a vingança, o autocontrole, a manifestação de angústia e o embotamento.
Esses achados sugerem uma forte ligação entre comportamentos autolesivos e dificuldades de processamento sensorial, principalmente no perfil de evitação emocional. Compreender essa relação é crucial para o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais eficazes e personalizadas para indivíduos com TEA que apresentam esses comportamentos. A identificação precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida desses pacientes, minimizando o impacto das autolesões e promovendo um melhor bem-estar emocional e social. É fundamental que pais, cuidadores e profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de alerta e busquem ajuda especializada.
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