Nova Abordagem para Avaliar o Comportamento Social em Camundongos Fêmeas
A avaliação do comportamento social em camundongos fêmeas sempre representou um desafio para os pesquisadores. O teste clássico de três câmaras, amplamente utilizado para detectar preferências sociais em machos, frequentemente apresenta resultados inconsistentes quando aplicado a fêmeas, falhando em capturar as nuances específicas de suas interações sociais. Essa dificuldade tem limitado o avanço na compreensão das bases neurobiológicas do comportamento social feminino, especialmente em modelos de distúrbios do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Um estudo recente propôs uma modificação no paradigma de três câmaras, visando superar essas limitações. Em vez de utilizar estímulos sociais padrão, os pesquisadores introduziram companheiras de gaiola familiares (coabitadas por diferentes períodos: duas semanas, uma semana ou 24 horas) como estímulos sociais. O objetivo era avaliar de forma mais precisa a sociabilidade e a preferência por novidade em camundongos fêmeas. Os resultados demonstraram que, na fase de sociabilidade, as fêmeas exibiram uma preferência significativa por interagir com suas companheiras de gaiola em comparação com câmaras vazias.
Na fase de preferência social, as fêmeas demonstraram um comportamento robusto de busca por novidade, dedicando significativamente mais tempo à exploração de indivíduos desconhecidos em comparação com companheiras de gaiola com quem conviveram por duas ou uma semana. Essa tendência de preferência, embora não estatisticamente significativa, foi semelhante em relação às companheiras de gaiola com quem conviveram por apenas 24 horas. É importante destacar que essa nova abordagem aumentou os índices de preferência social sem alterar o tempo total de interação, confirmando sua especificidade para detectar a exploração motivada pela novidade. Esses achados representam um avanço importante no estudo do comportamento social feminino e têm implicações cruciais para a modelagem de distúrbios do neurodesenvolvimento em pesquisas pré-clínicas.
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