Teleconsulta em Uroginecologia Pós-Parto: Impacto na Autoimagem Genital
Lesões do esfíncter anal obstétrico (OASIs) podem levar a complicações pós-parto significativas, incluindo dor durante a relação sexual e disfunção sexual a longo prazo. Um estudo recente avaliou se a participação em uma teleconsulta de uroginecologia estaria associada à diminuição dessas preocupações após OASIs.
A pesquisa, que analisou dados de saúde sexual de um estudo prospectivo, comparou o cuidado pós-parto padrão com o cuidado padrão acrescido de uma teleconsulta em uroginecologia. Foram avaliadas a Escala de Autoimagem Genital Feminina (FGSI) e o Índice de Função Sexual Feminina (FSFI-6) 16 semanas após o parto. Um total de 119 participantes com OASIs completaram o estudo, divididos em grupo de controle e grupo de intervenção.
Os resultados mostraram que o grupo de intervenção, que recebeu a teleconsulta, apresentou melhora significativa nos escores da FGSI, indicando uma autoimagem genital mais positiva. No entanto, não houve diferença significativa no FSFI-6, com uma alta porcentagem de mulheres em ambos os grupos ainda classificadas com disfunção sexual feminina. Curiosamente, no grupo da teleconsulta, apenas uma minoria havia retomado a atividade sexual, e a maioria dessas mulheres relatou dor durante a relação. As intervenções discutidas durante a teleconsulta incluíram o uso de estrogênio vaginal, lubrificantes e fisioterapia do assoalho pélvico. Em conclusão, a teleconsulta em uroginecologia pós-parto se mostrou eficaz para melhorar a autoimagem genital, mas não para reduzir a disfunção sexual, ressaltando a importância da avaliação e do cuidado pós-parto para mulheres que sofreram trauma perineal obstétrico severo.
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