Antirretrovirais Pediátricos no SUS: Avanços e Desafios no Tratamento do HIV em Crianças no Brasil
O acesso a medicamentos antirretrovirais para crianças vivendo com HIV é um aspecto crucial da saúde pública. Um estudo recente avaliou a disponibilidade e adequação desses medicamentos no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil, comparando a Lista Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) com a lista da Organização Mundial da Saúde (OMS). A análise revelou um cenário promissor, mas com importantes desafios a serem superados.
A RENAME 2022 inclui 21 antirretrovirais, dos quais 16 são adequados para uso pediátrico, apresentados principalmente em comprimidos (44,4%), soluções orais (22,2%) e cápsulas (14,8%). Surpreendentemente, a lista brasileira oferece mais opções pediátricas do que a lista da OMS, incluindo medicamentos como efavirenz e tipranavir. No entanto, uma lacuna identificada é a ausência da apresentação em comprimido mastigável de 25 mg de raltegravir na RENAME, embora esteja registrado no Brasil. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) registrou seis novos antirretrovirais, com apenas um deles em formulação adequada para crianças (dolutegravir), que foi incorporado ao SUS.
Apesar da variedade de antirretrovirais pediátricos disponíveis no Brasil, o estudo destaca a necessidade urgente de formulações mais adequadas para crianças. A implementação de protocolos para manipulação e fracionamento de formas farmacêuticas sólidas é essencial para melhorar a adesão ao tratamento e a eficácia terapêutica. Essas medidas podem facilitar a administração dos medicamentos, especialmente para crianças menores ou com dificuldades de deglutição, otimizando os resultados do tratamento e melhorando a qualidade de vida dos pacientes pediátricos com HIV no Brasil. A disponibilidade de formulações palatáveis e fáceis de administrar é crucial para o sucesso do tratamento a longo prazo.
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