Osteotomia da Tíbia: Uma Nova Esperança para o Tratamento da Artrose no Joelho?
A osteoartrite do joelho, especialmente quando afeta o compartimento medial e está associada ao desalinhamento varo (pernas arqueadas), pode ser uma condição debilitante. Uma possível solução cirúrgica para este problema é a osteotomia tibial alta (OTA), um procedimento que visa realinhar o membro inferior, redistribuindo a carga sobre o joelho e, consequentemente, aliviando a dor e retardando a progressão da doença. Um estudo recente investigou a eficácia da OTA medial com abertura em cunha para tratar essa condição específica.
O estudo, um ensaio clínico randomizado e aberto, envolveu pacientes com osteoartrite sintomática do joelho no compartimento medial e desalinhamento varo. Os participantes foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu tratamento não cirúrgico (exercícios terapêuticos, aconselhamento nutricional e medicamentos para dor) combinado com OTA, enquanto o outro grupo recebeu apenas o tratamento não cirúrgico. Os pesquisadores avaliaram a mudança na espessura da cartilagem articular tibiofemoral medial ao longo de dois anos, utilizando ressonância magnética, bem como a pontuação total no questionário KOOS (Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score), que avalia a dor, função e qualidade de vida relacionadas ao joelho.
Os resultados do estudo demonstraram que a OTA foi eficaz em retardar a progressão da degeneração da cartilagem e em melhorar os resultados clínicos em comparação com o tratamento não cirúrgico isolado. Especificamente, o grupo que recebeu OTA apresentou uma menor perda de cartilagem e uma melhora significativamente maior na pontuação KOOS. Esses achados sugerem que a OTA medial com abertura em cunha pode ser uma opção valiosa para pacientes com osteoartrite do joelho no compartimento medial e desalinhamento varo, oferecendo uma alternativa para preservar a estrutura da articulação e melhorar a qualidade de vida. É importante ressaltar que o estudo foi realizado em um único centro, o que pode limitar a generalização dos resultados, mas fornece evidências promissoras para o uso da OTA neste contexto clínico.
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