Saúde Desvendada

Um estudo recente publicado na revista Environmental Science & Technology investigou a ligação entre a exposição a ftalatos durante a gravidez e o risco de distúrbios de neurodesenvolvimento em crianças. Ftalatos são substâncias químicas amplamente utilizadas em plásticos e produtos de cuidados pessoais, e a exposição humana é comum. A pesquisa se concentrou em analisar como a trajetória de exposição a ftalatos ao longo da gravidez pode afetar o desenvolvimento neurológico infantil.

Para realizar o estudo, os pesquisadores monitoraram as concentrações de ftalatos na urina de mulheres grávidas em diferentes momentos da gestação. Posteriormente, 3220 crianças foram avaliadas entre 1 ano e meio e 6 anos de idade para identificar sintomas de transtorno do espectro autista (TEA), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e problemas emocionais e comportamentais (PECs). A análise revelou que a alta exposição a certos tipos de ftalatos, como MMP, LMWP e DEHP, durante a gravidez estava associada a um risco aumentado de traços autísticos nas crianças, principalmente nos meninos. Além disso, a exposição ao MBP no final da gravidez mostrou uma ligeira ligação com o aumento da incidência de TDAH e PECs.

Os pesquisadores também investigaram os possíveis mecanismos biológicos por trás dessas associações, analisando o metabolismo do sangue do cordão umbilical. Os resultados sugerem que a exposição a ftalatos pode interferir no metabolismo dos ácidos linoleico e araquidônico, que são importantes para o desenvolvimento cerebral. Em resumo, o estudo indica que a exposição longitudinal a ftalatos durante a gravidez pode aumentar o risco de distúrbios de neurodesenvolvimento em crianças, com algumas diferenças observadas entre os sexos. Esses achados fornecem novas perspectivas sobre como os ftalatos podem afetar o neurodesenvolvimento e destacam a importância de reduzir a exposição a essas substâncias químicas durante a gravidez.

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