Espasticidade e Oxigenação Muscular: O que a Ciência Revela em Pacientes Pós-AVC
Um estudo recente investigou a relação entre a severidade da espasticidade e a oxigenação muscular periférica em pacientes que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC) com hemiparesia. A pesquisa, publicada na revista Topics in Stroke Rehabilitation, buscou entender como as alterações musculares induzidas pela espasticidade afetam o fornecimento e a utilização de oxigênio nos músculos periféricos, mais especificamente na panturrilha (músculo gastrocnêmio).
Para investigar essa relação, os pesquisadores compararam 20 pacientes com hemiparesia pós-AVC, divididos em dois grupos com base no nível de espasticidade (alto e baixo), com um grupo controle de 10 indivíduos saudáveis. A oxigenação muscular foi medida em repouso, durante atividades como o teste de caminhada de seis minutos e a subida de escadas, e após as atividades. A espasticidade foi avaliada utilizando a Escala de Ashworth Modificada (MAS), um padrão de referência na avaliação clínica.
Os resultados indicaram que a severidade da espasticidade tem um impacto significativo na oxigenação muscular periférica. Pacientes com alta espasticidade apresentaram menor oxigenação muscular em repouso, e alterações distintas na oxigenação durante a recuperação após o teste de caminhada e a subida de escadas. Estes padrões sugerem uma capacidade comprometida de utilização e fornecimento de oxigênio aos músculos, possivelmente relacionada à intensidade da espasticidade. Em pacientes com alta espasticidade, observou-se um aumento inesperado da saturação de oxigênio durante o teste de caminhada, seguido por uma diminuição durante a recuperação, um padrão que não foi observado nos outros grupos. Os achados do estudo ressaltam a importância de considerar a espasticidade como um fator relevante na fisiologia muscular de pacientes pós-AVC, e como a otimização da oxigenação muscular periférica pode ser um alvo terapêutico importante.
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